quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Vigilância Epidemiológica

Vigilância Epidemiológica

O controle de doenças transmissíveis baseia-se em intervenções que sejam capazes de interrompê-la.

O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica – SNVE define Vigilância Epidemiológica como um conjunto de ações que proporciona conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

A Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS é responsável pela coordenação do SNVE, e reúne todas as ações de prevenção e controle de doenças.
O SNVE visa o fortalecimento do sistema municipal de vigilância epidemiológica.
A SVS coordena ações do SUS na área de vigilância ambiental e de vigilância em agravos e doenças não transmissíveis e seus fatores de risco; definindo normas, procedimentos técnicos e diretrizes operacionais, que permitam o monitoramento do quadro sanitário do país e subsidiem a formulação, implementação e avaliação das ações de prevenção e controle de doenças e agravos.

A Vigilância Epidemiológica visa fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos.
Funções da Vigilância Epidemiológica:
Coleta e processamento de dados (INFORMAÇÃO para AÇÃO);
Análise e interpretação de dados;
Recomendação de medidas de controle;
Promoção de ações de controle;
Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
Divulgação das informações.

Tipos de dados:
Dados demográficos e ambientais;
Dados de morbidade (notificação de casos e surtos, investigação epidemiológica, estudos amostrais e inquéritos);
Dados de mortalidade (declarações de óbito);
Notificação de surtos e epidemias.

A Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes.
Compulsória: é dever do cidadão e obrigação nas profissões de saúde notificar a ocorrência de algum caso suspeito dentre as doenças de notificação compulsória.
A Notificação Compulsória desencadeia o processo informação-decisão-ação.

Seleção para notificação de doenças:
Magnitude: atinge grandes contingentes populacionais.
Potencial de disseminação: transmissibilidade da doença.
Transcendência: avalia taxas de letalidade, hospitalizações, seqüelas, mortes.
Vulnerabilidade: instrumentos de prevenção e controle.
Compromissos Internacionais: compromissos com outros países, como no caso do Poliovírus Selvagem (poliomielite) é uma meta de erradicação das Américas.
Regulamento Sanitário Internacional: doenças de notificação compulsória internacional, que são a cólera, a febre amarela e a peste.
Epidemias, surtos e agravos inusitados.


Sobre a notificação:
Notificar a simples suspeita da doença;
Deve ser sigilosa (anonimato do cidadão);
Na ausência de casos, envia-se a notificação negativa.

Base de Dados do Sistema Nacional de Informação:
SINAN (em âmbito nacional);
SIM: Sistema de Informação de Mortalidade (usa a declaração de óbito);
SINASC: Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (usa a declaração de nascido vivo);
SIH: Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS);
SIA: Sistema de Informação Ambulatorial (SAI/SUS).

A Secretaria de Vigilância em Saúde gere em instância nacional o SIM.

Investigação Epidemiológica:
As investigações de doenças (busca ativa de dados) geram informações para intervir naquele evento específico e em situações futuras.

Fontes Especiais de Dados:
Inquéritos Epidemiológicos: estudo seccional feito quando as informações existentes são insuficientes ou inadequadas.

Levantamento Epidemiológico: estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços de saúde.

Sistemas Sentinela: são redes de fontes de notificação especializadas, capazes de assegurar representatividade e qualidade nas informações produzidas.
Objetiva monitorar indicadores chave na população geral ou em grupos especiais, não tendo a preocupação com estimativas precisas de incidência ou prevalência da população geral.
A Vigilância Sentinela usa modernas técnicas da epidemiologia aliada a formas de simplificar a operacionalidade da coleta de dados.
Evento Sentinela: é a detecção de doença prevenível, incapacidade ou morte inesperada, cuja ocorrência serve como um sinal de alerta de que a qualidade terapêutica ou prevenção deve ser questionada.
Técnicas: unidades de saúde sentinelas, redes de profissionais sentinelas (atenção médica especializada), monitoramento de grupos alvos (doenças ocupacionais) e vigilância de áreas sentinelas.

As fichas de notificação compulsória em 24h devem ser enviadas para Vigilância Epidemiológica no prazo de até 48h.


Quem viaja para a região Norte, deve se vacinar para febre amarela e hepatite B (doenças endêmicas de lá). A vacina contra tétano deve ser uma prevenção geral.

A informação mais útil na identificação das possíveis fontes de uma infecção é a data do início dos sintomas.

Doenças de Notificação Compulsória (Lista Nacional 2006):
Acidentes e doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho
Agressões (ou suspeita) contra crianças e adolescentes (avisa ao conselho tutelar)
Agressões ou violência contra a mulher
Botulismo
Carbúnculo ou Antraz
Cólera
Coqueluche
Dengue
Difteria
Doença de Chagas (forma aguda)
Doença de Creutzfeldt-Jacob
Doença Meningocócica e Meningites
Efeitos adversos pós-vacinação
Esquistossomose
Febre Amarela
Febre do Nilo Ocidental
Febre Maculosa (semanal)
Febre Tifóide
Hanseníase
Hantaviroses
Hepatites Virais
HIV em gestantes e crianças expostas ao risco vertical
Leishmaniose Tegumentar Americana
Leishmaniose Visceral (Calazar)
Leptospirose
Malária
Meningite por Haemophilus influenzae
Paralisia Flácida Aguda
Peste
Poliomielite
Raiva Humana
Rubéola
Sarampo
SIDA
Sífilis Congênita
Sífilis em Gestante
Síndrome da Rubéola Congênita
Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
Síndrome Respiratória Aguda Grave
Tétano
Tuberculose
Tularemia
Varíola

Outras Doenças de Notificação Compulsória variáveis por estado:
Acidentes por Animais Peçonhentos
Agravos inusitados
Caxumba
Cisticercose
Doenças Priônicas
Filariose
Hipertermia Maligna
Influenza Humana
Intoxicações por bebidas alcoólicas
Intoxicações por drogas ilícitas
Intoxicações por produtos químicos
Óbito em gestante ou 42 dias pós-gestação
Oncocercose
Paracoccidioidomicose
Toxiinfecções
Tracoma

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