quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Medidas de Saúde Coletiva

Medidas de Saúde Coletiva

A saúde e a doença variam de acordo com uma rede causal, da qual fazem parte: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso aos bens e serviços essenciais.
A Epidemiologia analisa a rede causal, aponta grupos populacionais mais vulneráveis e a distribuição dos problemas de saúde na população, e propõe medidas especificas de prevenção, controle ou erradicação das doenças, além de planejar, administrar e avaliar as ações de saúde.
A Epidemiologia precisa conhecer a clínica das doenças e o relacionamento da doença com o meio social (medicina social), para fazer a contagem e a estatística desses fatores, medindo assim a saúde coletiva.
Os Indicadores de Saúde permitem avaliar a saúde das populações, propor ações de melhora da saúde e prevenção das doenças, e planejar as ações de saúde.
A Rede Interagencial de Informações para Saúde (RIPSA) disponibiliza os dados básicos, indicadores e análises sobre a saúde para melhorar a capacidade de elaboração de ações públicas e política de saúde.
Transição epidemiológica: conjunto de fatores que muda as causas da mortalidade ao longo dos anos.

Valores Absolutos: são úteis para administrar recursos nos Serviços de Saúde (número de leitos necessários, quantidade de medicamentos).
Valores Relativos: construídos a partir da relação entre dois fatos ou eventos (coeficientes ou índices).

Perfil – Indicadores de Saúde
Perfil Geral: melhorou desde a implantação do SUS.
Perfil Demografia: usa o censo demográfico da Fundação IBGE.
Perfil Mortalidade: usa o sistema de informações de Mortalidade (SIM).
Perfil Morbidade: as doenças de notificação compulsória de maior incidência em 2000 foram malária, dengue e tuberculose.

Indicadores de Morbimortalidade
Coeficientes: divide unidades diferentes (exemplo: óbitos por população)
Índices: divide unidades iguais (exemplo: óbitos por óbitos).

FÓRMULAS:
Os COEFICIÊNTES DE MORTALIDADE sempre levarão em conta os seguintes aspectos:
- os óbitos, em ano e lugar estipulados.
- a população total ou os nascidos vivos (quando se calcula mortalidade infantil e mortalidade materna), em ano e lugar estipulados.
- e um parâmetro para comparação (que é uma potência de 10).

O COEFICIÊNTE DE MORBIDADE sempre levará em conta os seguintes aspectos:
- as doenças notificadas e informadas, sempre referidos em ano e lugar estipulados.
- a população total no ano e lugar estipulados.
- e um parâmetro para comparação (que é uma potência de 10).

Aumenta a prevalência: ↑ da incidência (↑ casos novos), insucesso terapêutico (↑ casos antigos), ↓ da mortalidade (↑ número de casos), ↑ da expectativa de vida dos doentes e a imigração dos doentes.
Diminuem a prevalência: ↓ da incidência, ↑ da mortalidade (letalidade), sucesso terapêutico, ↓ da expectativa de vida dos doentes e emigração de doentes.

O COEFICIÊNTE DE LETALIDADE levará em conta os seguintes aspectos:
- os óbitos totais da doença pesquisada, sempre referidos em ano e lugar estipulados.
- o número de casos da doença pesquisada, no mesmo ano e lugar.

O ÍNDICE DE MORTALIDADE sempre levará em conta:
- o número de óbitos totais por causa, sexo e faixa etária, em ano e lugar estipulados.
- o número de óbitos proporcional à causa, ao sexo e à faixa etária.
- a proporção de 1 para cem – 100%.

ÍNDICE DE MORTALIDADE INFANTIL PROPORCIONAL
Quando a taxa de mortalidade infantil é alta, o componente pós-neonatal é predominante. Quando é baixo, seu principal componente é a mortalidade neonatal (predomínio do neonatal precoce).
Nas regiões brasileiras há tendência a redução da mortalidade infantil.
Mortalidade perinatal: óbitos fetais ocorridos a partir de 22 semanas completas de gestação ou 154 dias) acrescidos dos óbitos neonatais precoces (0 a 6 dias).
Elevada proporção de óbitos de menores de 1 ano de idade está associada a más condições de vida e de saúde.
O maior impacto na diminuição do Coeficiente de mortalidade Infantil após a implantação do PSF foi no componente pós-neonatal.



Curva de Nelson Moraes: interpreta graficamente os óbitos por faixa etária (usa as mortalidades proporcionais em cada faixa etária: 0-1, 1-4, 5-19, 20-49 e 50+).
Tipo 1: N invertido. Nível de saúde muito baixo.
Tipo 2: J invertido. Nível de saúde baixo.
Tipo 3: U. Nível de saúde regular.
Tipo 4: J. Nível de saúde elevado.

Indicadores relacionados à Demografia
Taxa de Fecundidade Total: é o principal determinante da dinâmica demográfica. Inclui mulheres residentes de 15 a 49 anos de idade e o número de filhos nascidos vivos.
É o número médio de filhos que uma mulher poderia ter até o final de sua vida reprodutiva.
Taxa Específica de Fecundidade: é a Taxa de Fecundidade por faixa etária específica.
Taxa Bruta de Natalidade: é o número de nascidos vivos, por mil habitantes.
Proporção de Idosos na População: é o número de indivíduos com mais de 60 anos, por mil habitantes.
Índices de Envelhecimento: é o número de indivíduos com 65 anos ou mais de idade para cada 100 pessoas menores que 15 anos de idade, em ano X e lugar Y.
Razão de Dependência: população definida como economicamente dependente (menor que 15 anos e maior que 65 anos) dividida pela população produtiva (entre 15 e 64 anos de idade).
Esperança de Vida ao Nascer: expressa a probabilidade de tempo de vida médio da população através de tábuas de vida elaboradas.



Assistência Perinatal e Neonatal no Brasil

A mortalidade no período perinatal representa, atualmente, o principal contingente de óbitos nos menores de um ano de idade.
Mortalidade Perinatal: inclui o óbito fetal tardio (antes ou durante o parto de feto pesando 500g ou mais) e os óbitos neonatais precoces (na 1ª semana de vida).
Período Perinatal: começa a partir da 22ª semana de gestação de fetos com mais de 500g.

A região sudeste é a que mais notifica óbitos fetais tardios, e a de mais baixa taxa de natalidade e mortalidade infantil no país.

Causa mais comum de mortalidade perinatal:
Nos países desenvolvidos: malformação congênita.
No Brasil: condições da gestante, circunstâncias do parto e do nascimento.

Principais causas de óbito: prematuridade, afecções respiratórias do recém-nascido, membrana hialina, asfixia intra-uterina e intraparto, baixo peso ao nascer, traumatismo obstétrico e infecção intra-uterina.

Principais causas de Mortalidade por Afecções Perinatais no Período Neonatal: outras afecções respiratórias do feto e do RN e a síndrome de angústia respiratória.

Fatores de Risco na Mortalidade Neonatal, ligados à Saúde Materna:
Idade materna;
Altura;
Paridade;
Intervalo interpartal;
Peso anterior;
Ganho de Peso durante a gravidez;
Aborto;
Natimorto;
Mortes Neonatais Prévias;
Doenças Maternas.



Causas maternas de importância na Mortalidade Perinatal:
Doença hipertensiva específica da gravidez;
Descolamento prematuro de placenta;
Infecções do trato urinário.

Entre as mortes ocorridas até o 7º dia de vida (período neonatal precoce), no Brasil, com atestado de óbito onde o peso ao nascer foi identificado, 70% ocorreram entre os neonatos com peso inferior a 2.500g.

Principais Causas da Mortalidade Neonatal (1995):
Afecções Perinatais;
Anomalias Congênitas;
Pneumonia;
Diarréia.

Uma medida de controle pré-natal é a vacinação antitetânica e a posse do cartão da gestante.

Prioridades na Intervenção

Durante a gestação:
Estimular o uso do cartão gestante;
Trazer informações às gestantes sobre fatores de risco na gravidez, amamentação, dificuldades do parto;
Formar grupos de gestantes e companheiros, propiciando intercâmbios e trocas de experiências;
Orientar gestantes sobre alimentação, anemia, evitar esforço físico;
Qualificar agentes comunitários para identificar e acompanhar gestantes de risco e acompanhar os RN.

Durante o Parto, o Pós-Parto e a Atenção ao RN:
Dar transporte adequado no momento do parto;
Garantir leitos hospitalares para gestantes e RN;
Capacitar equipes para o uso e preenchimento correto do partograma;
Garantir a humanização;
Garantir o aleitamento materno exclusivo e precoce;
Garantir os cuidados essenciais ao RN e o acompanhamento após alta;
Incentivar o atendimento pós-parto a fim de identificar problemas;
Orientação sobre planejamento familiar e DST.

Gestão de Serviços de Saúde:
Estabelecer comitês de mortalidade materna e perinatal no município e em cada hospital;
Melhorar o preenchimento dos prontuários médicos;
Avaliar periodicamente:
- Taxa de mortalidade materna;
- Taxa de mortalidade Perinatal;
- Taxa de mortalidade Infantil Neonatal Precoce;
- Taxa de mortalidade Infantil Neonatal Tardio;
- Taxa de mortalidade Infantil Pós-Neonatal;
- Porcentagem de crianças com baixo peso (menos de 2.500g);
- Porcentagem de óbitos em crianças com peso maior de 2.500g;
- Porcentagem de cesarianas;

Atualmente no Brasil, os fatores mais intensamente associados à mortalidade infantil estão vinculados às condições de assistência à gestação, ao parto e ao RN. De acordo com o DATASUS, mais da metade dos óbitos infantis ocorrem antes da 1ª semana de vida (neonatal precoce).
Meio ambiente, vacinação e acompanhamento médico no 1º ano de vida estão relacionados com o componente infantil tardio (28 dias a 1 ano).

Sistemas de Informação em Saúde:
SIM (sistema de informação sobre mortalidade): avalia Óbitos. Fonte de informação: Declaração de óbitos
SINASC (sistema de informações sobre nascidos vivos) : avalia Nascidos vivos. Fonte de informação: Declaração de nascidos vivos (hospitais e cartórios de registro civil)
SINAN (Sistema de informação de agravos de notificação) : avalia Agravos notificáveis. Fonte de informação: Ficha individual de notificação e de investigação
SISVAN (sistema de vigilância alimentar e nutricional) : avalia Estado nutricional. Fonte de informação: Boletim de produção da assistência nutricional
SICLOM (sistema de controle logístico de medicamentos) : avalia Assistência ao portador de HIV. Fonte de informação: Registro de dispensação de medicamentos
SIAB (sistema de informações de atenção básica) : avalia Atenção básica. Fonte de informação: Boletins de produção
SIH (sistema de internações hospitalares) : avalia Internação hospitalar. Fonte de informação: Autorização de internação hospitalar (AIH)
SIA (sistema de informações ambulatoriais) : avalia Atendimento ambulatorial. Fonte de informação: Boletim de produção da serviços ambulatoriais
APAC (autorização de procedimentos de alta complexidade) : avalia Atendimento ambulatorial de alta complexidade. Fonte de informação: Autorização de procedimentos de alta complexidade
SIOPS (sistema de informações sobre orçamentos públicos em saúde) : avalia Orçamento da saúde. Fonte de informação: Dados orçamentário-financeiros


A Lei que regulamenta o Sistema Supletivo de Assistência Médica permite que as operadoras ofereçam planos apenas por modalidades ambulatorial, hospitalar e odontológico ou os de referência (que incluem as três modalidades anteriores).

No Sistema de Saúde no Brasil, o sistema público apresenta a melhor oferta de serviços para os níveis de atenção primária (prevenção, não gasto) e terciária (mais cara e menos utilizada).
Já o sistema privado (que atua complementarmente ao público) tem melhor cobertura do nível secundário (mais lucrativo).


Carga global das doenças: mede a piora da qualidade de vida. Exemplos: cardiovasculares, crônico-degenerativas, causas externas e transtornos mentais.
Os transtornos mentais são as de menor taxa de mortalidade.


Critérios de Casualidade de Hill:
Temporalidade ou seqüência cronológica: a exposição deve preceder o desfecho.
Relação dose-resposta ou gradiente biológico: relação entre a intensidade da exposição e a ocorrência do desfecho.
Força da associação: o risco é maior entre os expostos do que entre os não expostos, com um risco relativo elevado.
Consistência: reprodutibilidade dos resultados, que devem ser repetidos em outras situações, por outros pesquisadores.
Plausibilidade: há evidência da coerência da associação, é possível que a exposição leve ao desfecho.
Analogia: há semelhança de outras associações.
Especificidade: a exposição leva apenas àquele desfecho, e aquele desfecho é causado apenas pela exposição.
Reversibilidade: retirando a exposição, desaparece o efeito.

Uma grande quantidade de atestados de óbito preenchidos com causas mal definidas indica deficiência de assistência médica.

Quando se fala de SURTOS DE DOENÇA, referem-se a CASOS NOVOS. Por tanto, permite medir a incidência, e não a prevalência.

Taxa de Ataque: é o coeficiente de incidência. Primário: população exposta à doença. E Secundário: população exposta aos doentes primários.

Para o planejamento em saúde (de leitos para internação e outras medidas) é fundamental saber o número de doentes existentes na comunidade (coeficiente de prevalência).

Todas as doenças e fatores de risco são maiores nos pobres do que nos ricos.

Incidência Acumulada: é a forma + comum de cálculo de incidência, em que se considera os casos acumulados ao longo de um período de tempo.
Densidade de Incidência: usada quando se considera uma população não-estável, como de pessoas expostas durante períodos diferentes. São situações em que se considera pessoa-tempo, e não o número de pessoas.


O coeficiente de mortalidade infantil é um bom indicador das condições de vida de uma população. Ele pode ser dividido em dois componentes: mortalidade neonatal (ou infantil precoce) e mortalidade pós-neonatal (ou infantil tardia).
O componente neonatal pode ser subdividido em mortalidade neonatal precoce (até 28 dias de vida) ou tardia (entre 28 dias e 1 ano).
A qualidade de assistência pré-natal e ao parto influencia na mortalidade infantil, principalmente no componente neonatal. Crianças nesta faixa morrem principalmente por problemas congênitos ou deficiências ocorridas durante a gestação.
O estado da criança ao nascimento depende das condições da gestação, e influencia a evolução da criança no primeiro ano de vida.
A mortalidade perinatal inclui os natimortos, que não entram no cálculo da mortalidade infantil.


A transição demográfica (mudanças nas características populacionais) no Brasil é influenciada pela queda da mortalidade geral (levando ao aumento da expectativa de vida) e queda da taxa de fecundidade (levando ao envelhecimento da população).
A transição epidemiológica (mudanças na ocorrência de doenças) no Brasil é influenciada pelo aumento da mortalidade por causas crônicas.

Os fatores que mais influenciam a mortalidade no período pós-neonatal são os fatores ambientais, particularmente os de natureza nutricional e os agentes infecciosos.

Principais causas de mortalidade no idoso: 1) doença circulatória, 2) causa mal definida e 3) neoplasia.
Principais causas de mortalidade na população geral: 1) doença circulatória, 2) neoplasia e 3) causas externas.

Maior número proporcional de óbitos entre crianças de até um ano está relacionado com doenças originárias no período neonatal.

Brasil, 2000:
Causa + morte em adultos no Brasil: 1) doenças cardiovasculares; 2) Neoplasias.
Causa + morte em mulheres no Brasil: 1) Externas, 2) Infecciosas e 3) Circulatórias.

Expectativa de vida da mulher: 72,6.
Expectativa de vida do homem: 64,8.

O acesso à saúde sofre sempre influencia econômica.

A percepção da própria saúde e a capacidade funcional são bons indicadores do estado de saúde dos idosos.

Taxa de Mortalidade Geral: mede o risco de morrer em um determinado local e período.

Os indicadores de saúde encontram-se nos Sistemas Oficiais de Informação em Saúde do Brasil, exceto a prevalência das doenças (já que é difícil quantificar os casos antigos).

Razões mais conhecidas para o sub-registro e fatores relacionados:
Partos domiciliares;
Cemitérios clandestinos;
Piores níveis sócio-econômicos;
Registro tardio para matrícula escolar, para RG;
Dificuldade de acesso aos cartórios;
O registro é maior para meninos do que para meninas;
Grau de instrução dos pais.

Diminui o sub-registro:
Pagamento de auxílio natalidade pelo INSS;
Gratuidade do registro;
Verificação da existência do registro de nascimento, no momento do registro de óbito.




Causas Externas de Óbito:
A faixa etária mais atingida por causas externas de mortalidade está entre os 10 a 14 anos.
Atualmente (2001), as causas de maior mortalidade para a faixa etária de 1 a 29 anos são as causas externas de morte (violência, homicídios, trânsito e envenenamento).
Mais freqüente no Brasil que nos EUA.
No Brasil, a 1ª causa corresponde a agressões (homicídios).
Nos EUA, a 1ª causa corresponde a acidentes de transporte.

A tendência de aumento da mortalidade por câncer é atribuível principalmente ao envelhecimento da população.

Preenchimento do Atestado de Óbito:
Primeira linha: causa básica. Exemplo: peritonite.
Segunda linha: o que levou à 1ª. Exemplo: perfuração do intestino.
Terceira linha: o que levou à 2ª. Exemplo: PAF.

Gravidade/Virulência: número de pessoas doentes graves dividido pelo número de infectados.
Infectividade: capacidade do agente etiológico produzir infecção no hospedeiro suscetível.
Patogenicidade: capacidade de um agente infeccioso produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os hospedeiros infectados.

Um comentário:

Anônimo disse...

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